Carmen Lucia, de 65 anos, foi acordada às pressas ao “esmurrarem” a porta de seu apartamento, na manhã de sexta-feira (6), quando uma loja de artigos de festas vizinha a seu prédio pegou fogo, na avenida Nossa Senhora de Copacabana, em Copacabana, zona sul do Rio. Sem nada em mãos, ela e seus dois filhos deixaram o local às pressas e agora não podem voltar para casa. O edifício está interditado pela Defesa Civil e só será liberado quando a perícia concluir que não houve abalo à estrutura.
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— Esmurraram a minha porta por volta das 9h e pediram para eu sair. Eu fiquei desesperada. Meus dois filhos estavam dormindo. Eu deixei todos os meus objetos de valor lá e não querem deixar eu voltar.
Logo que soube das grandes proporções do incêndio, Carmem Lucia temeu reviver o drama de 15 anos atrás.
— Estou muito nervosa com isso. Já perdi tudo que eu tinha em um incêndio em 1997.
Mais cedo, moradores da região disseram que as chamas se alastraram muito rápido e que bombeiros demoraram a chegar. Segundo Damasio Francilino, que mora em frente à loja Aidan, na avenida Nossa Senhora de Copacabana, os primeiros carros do Corpo de Bombeiros chegaram 15 minutos depois do início do fogo.
— As chamas se alastraram muito rápido. Os bombeiros demoraram bastante, uns 15 ou 20 minutos. Por sorte, não vi ninguém passando mal.
Já Geralda Prado, lojista de uma galeria em frente ao local afetado, disse que a fumaça preta provocou pânico.
— Estava na galeria em frente e, quando eu saí, vi Copacabana tomada por uma fumaça preta. Houve pânico, correria, um terror. Fiquei super nervosa, chorei muito.
A loja fica entre a rua Santa Clara e a rua Figueiredo Magalhães, um dos pontos mais movimentados do bairro. Devido ao incêndio, a quadra foi fechada ao tráfego, segundo o Centro de Operações da prefeitura. A CET-Rio prorrogou a faixa reversível da avenida Atlântica até as 10h40, quando ela foi desfeita. Desta forma, a avenida está operando normalmente, com uma pista no sentido Leme (a da orla) e outra no sentido Ipanema.
Fogo começou no 2º andar
Segundo a gerente da loja, Ivonete Beatriz, o incêndio começou no segundo andar da loja, onde ficava o estoque, o refeitório e equipamentos. Chorando muito, ela disse que percebeu o fogo, avisou os funcionários e clientes e todos saíram correndo.
Dos 23 anos de existência da loja, Ivonete trabalha no local há 20. Ela disse que o estabelecimento tem 25 funcionários, mas nem todos estavam na loja. Ela também disse que os bombeiros demoraram mais de 30 minutos para chegar.
Salim Youssef Diwan, dono da Arrazo, uma loja vizinha de roupas para festas, também estava nervoso, preocupado com o estoque, que fica nos fundos da loja.
— Pelos que ficamos sabendo, o fogo atingiu os fundos da minha loja onde fica o estoque. É um prejuízo grande, mas ainda bem que não houve feridos. Estou aqui desde 1971 e isso nunca aconteceu. Havia clientes na loja e todo mundo saiu correndo.
O incidente ocorre no dia em que o bairro comemora 120 anos de fundação. A prefeitura promove shows, a partir das 18h, em frente ao Copacabana Palace. O evento também servirá para comemorar a recente conquista do título de Patrimônio Cultural da Humanidade, recebido pelo Rio de Janeiro.
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Data da Publicação: 06 de julho de 2012
Fonte: Pedro Neville/R7
Foto: Pedro Neville/R7
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